Monday, March 26, 2007

xisco's quote

sobre uma folha hostil duma figueira brava, mendiga que se nutre a pedregulho e lava, a aurora desprendeu, compassiva e divina, uma lágrima etérea, enorme e cristalina lágrima tão ideal, tão límpida, que ao vê-la, de perto era um diamante e de longe uma estrela [guerra junqueiro]
























no meu diadema, disse o rei, quedando a olhar, há safiras sem conta e brilhantes sem par, há rubis orientais, sangrentos e doirados, como beijos d'amor, a arder cristalizados há pérolas que são gotas de mágua imensa, que a lua chora e verte, e o mar gela e condensa [guerra junqueiro]

no meu diadema há uma fabrica de maravilhas

Friday, March 23, 2007

sala




e quarto

que achas da future beach house?

Wednesday, March 21, 2007

um lugar estranho




20:52 :: 5ª porta
marcou-me a situação em si, e toda a sua graça. o sabor e o sorriso daquela sensação.
o gozo de ver que os minutos da vida estão cheios de encontros, de provas que a vida é uma manta de tricot, onde cada malha é uma amizade e um conhecimento comum.
vidas... cheia de olhares trocados, chocados e abalroados, que às vezes tornam-se somente nisso e evaporam, mas outras vezes não... rebatem-se na continuidade de olhar esse lugar estranho.

Campanha da Não Discriminação


festa de lançamento da campanha da não discriminação
21'março :: 5f :: 19h
mercado da ribeira

A Amnistia Internacional Portugal vai lançar neste dia a Campanha da Não Discriminação. Esta campanha vai abordar as várias formas de discriminação: Género, Orientação sexual, Deficientes, Racial/Étnica, Religiosa, Xenofobia e Estrato social.

Nesta festa de lançamento, pretendemos juntar as organizações parceiras da Amnistia Internacional que no terreno lutam especificamente contra estes tipos de discriminação.

Dança - Grupo Sabura
Música - Músidanças
Teatro - RefugiActo – Grupo de Teatro do CPR
Mostra Gastronómica
Exposição de Trajes Ciganos e
Bancas das Organizações participantes

A entrada será o valor simbólico de 1 Euro

Participantes :: APAV : Associação Luso cabo-verdiana : CPR : ILGA : Mulher Migrante : Músidanças : OIKOS : Pastoral dos Ciganos : rede ex aequo : SOS Racismo

Tuesday, March 20, 2007

weekend


o sol esteve para todos nestes últimos dias
eu decidi que ia ser um fim de semana
a cheirar a férias : praia jardins teatro um copo e amigos
coisas boas para afastarem núvens e qq sombra delas que queira aparecer.
2 : 1 - vitória!


Já há algum tempo que não me divertia tanto numa aula.
Ontem a aula de piano foi muito excelente. Começou-se no café da esquina, numa conversa entre colegas e o mestre [s. força, vais ver que melhores dia virão].

Com os ponteiros já a passar, fomos para a escola.
No caminho ele tentou mostrar-me que tinha se tornado num professor organizado – fiz um dossier para cada aluno, agora consigo acompanhar o processo evolutivo de cada um de vocês.
Estás a tornar-te num professor organizado. Não acredito! – disse eu, troçando um pouco.
Não comeces! – resposta.

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- Mostra lá como ficou esse bye bye blackbird.
- Não consegui tirar tudo. Ficou a meio.
Já estava a ver o filme todo, o belo do raspanete, mas não…
- então vá canta a melodia…
- *#%&#x*¨- o quê? Não estamos enganados na aula?

E lá começou uma hora de puro ensino divertido. Entre piadas do cinema lá ia eu tentando cantar a melodia de uma música, que não me tinha ficado no ouvido.
- wax on … wax off - momento karate kid
- ok! Já percebi. Não me vou preocupar com o método, mestre.
Lá vai disto e durante 20 minutos
- repete
- repete, falhaste a nota
- repete.
- ainda não está bem?
- está! Eu é que quero ouvir de novo! [risos]


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- caro padawan
- sim, mestre obi-wan kenobi
[é meu desejo tornar-me caminheiro, ups! wrong quote]
- vamos a um duelo. Um melhor de 3?

O resultado 2:1 [e deveria ser 3:1] – o aluno superou o mestre.
Claro, que o mestre deixou.
Mas mais que tudo, o aluno venceu o aluno.


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tpc:
- estás com os dedos todos enferrujados – vais levar com mozart a semana toda
- dedos trocados. Eu não te dei as escalas todas pois não? Não! - disse eu a passar que já me tinha safado. Resposta: então para a semana trazes-me todas as escalas tocadinhas.
- de ouvido vais tirar as notas do Mack The Knife.
- pianista da semana – John Taylor

Friday, March 16, 2007

bill evans | o pai de todos nós

exagero ou não, um extravasar de uma conversa mais emotiva ou não, o que é impossível é não o exaltar como um dos pianista mais influente da sua geração.


virar frangos. perdão?

xisco - fogo! os guitarristas ainda são piores do que os homens do coreto.
marco - estás doido! amanhã vai ao meu blog e verás.


barney kessel - autumn leaves a guitarra não é mesmo o meu instrumento favorito no jazz, mas depois de ouvir o kessel só posso dizer - marco, não sejas limitado



Thursday, March 15, 2007

um pouco de mim


Eu, você, nós dois aqui neste terraço à beira-mar. O sol já vai caindo e o seu olhar parece acompanhar a cor do mar. Você tem que ir embora. A tarde cai em cores se desfaz, escureceu. O sol caiu no mar e aquela luz lá em baixo se acendeu...Você e eu. Eu, você, nós dois sozinhos neste bar à meia-luz, e uma grande lua saiu do mar parece que este bar já vai fechar e há sempre uma canção para contar aquela velha história de um desejo que todas as canções têm pra contar e veio aquele beijo. | hot clube de portugal - reviver tom jobim

Friday, March 09, 2007

|no ponto|


Humm… como posso rotular esta redescoberta?
- *no ponto certo*

Existem momentos assim, onde algo que muitas vezes ouvimos, de um momento para o outro torna-se escutado. Neste caso foi a voz de kurt elling.
Nada de monstruosa, nada de extraordinária, nem sequer de inatingível, simplesmente no ponto.
Mais uma vez os professores têm razão, um bom músico vê-se pela técnica que possui e pela inteligência com que dá a volta às suas falhas. Ele tem um dos “scat” que mais aprecio [técnica de improvisação vocal onde as sílabas e palavras são pronunciadas de forma original soando um instrumento], o que é de louvar, tendo em conta que tenho como base de comparação a Ella Fitzgerald no How high is the moon?, interpretado no concerto de Berlim.

Eu sei muito pouco sobre este cantor… apenas gosto de partilhar aquilo que gosto. Escutem-no
aqui.

“In a town known for its long history of great blues, Chicago's Kurt Elling stands as a beacon of light for jazz. VOA's Doug Levine brings us up-to-date with this "Windy City" native who was recently named Male Vocalist of the Year in Downbeat magazine's Critics and Readers polls.”

“Kurt Elling isn't your everyday jazz singer. In fact, he's regarded as more of a "scat" singer, whose command of vocalese has put him in the ranks of such scat pioneers as Eddie Jefferson, Jon Hendricks and Mark Murphy.
Kurt Elling's rich baritone voice spans four octaves and displays an astonishing technical facility and emotional depth. Elling has an awesome command of rhythm, texture, phrasing, and dynamics, often sounding more like a virtuoso jazz musician than a mere singer. His repertoire ranges from his own compositions to modern interpretations of standards, both of which can be the springboard for free form improvisation, scatting, spoken word and poetry.”

Thursday, March 08, 2007


Estão a ver aquela coisa aqui por cima?
Aquilo está a dar-me a volta à cabeça. Estou a fritar e a desesperar.
Quando uma bomba começa a funcionar, a outra entope. Então aí, vem a vez da bomba correctora de pH, esta pára de bombear pelo sítio certo e lá vai o corrector pelo chão da etar e com ele… as botas da “gussi”.

É nestas alturas que me olho ao espelho e digo – rico engenheiro que me saíste.
Só depois engulo o orgulho muito a custo, e envio uma mensagem socorro ao engenheiro que montou aquela “porcaria”.
- S.O.S. a ETAR vai explodir se não vier cá antes das 16h [claro que aquilo só explode antes, se for para ele vir depois das 16h, ela só explode amanhã. Então que é isto?! Eu saio às 17h.]

O senhor já me acha tão desesperado que até goza… vejam lá isto.

Caro Eng.º

Nem eu nem algum dos meus colegas com experiência de campo anda por essas zonas.
Não se amofine, c'as coisas vão correr bem. Há-de ser uma coisita sem importância.

Na próxima semana, o meu colega Eng.º J.Paulo dá-lhe uma ensaboadela de ETAR's.

Um abraço

Tuesday, March 06, 2007

***

17.fevereiro

nesse dia, a "tia Delores" decidiu atravessar a linha do caminho-de-ferro por aquele local, para evitar dar uma volta "muito grande". Ao transpor um carril, no entanto, caiu e não conseguiu voltar a levantar-se, por causa da artrose que lhe "enfraquece" as pernas.

"A muito custo, lá me consegui sentar no meio da linha, e por ali fiquei seguramente uns dez minutos, à espera que alguém passasse para me ajudar". Mas não apareceu ninguém. "Quem passou foi o comboio. Foi Deus e Nossa Senhora de Fátima que me salvaram", conta a idosa. Não esconde os momentos aterradores por que passou quando olhou em frente e viu o comboio aproximar-se na sua direcção. "Ainda esbracejei a ver se o maquinista me via no meio da linha, mas qual quê?", recorda, sempre com umas gargalhadas à mistura.

Denotando um sangue-frio e uma lucidez impressionantes, Maria Delores deitou-se ao longo da linha e ficou ali "quietinha e muito direitinha", à espera que o comboio lhe passasse por cima. "Olhe, comecei a rezar e a pedir perdão a Deus pelos meus pecados. Mas quando vi que a primeira carruagem passou por cima de mim e nem me tocou, pensei logo que estava safa. E safei-me mesmo", conclui.

O comboio acabou por parar, cobrindo ainda parte do corpo dela, e o maquinista foi a correr ver o que se tinha passado, tendo ficado "embasbacado" quando a viu sã e salva, "sem um único arranhão".

"Vieram logo outras pessoas, levantaram-me e ficaram a segurar-me, mas eu disse-lhes logo que não precisava que me segurassem, porque me aguentava muito bem em pé. Perguntaram-me também se eu estava boa da cabeça, e eu disse que, se calhar, estava melhor do que eles", gracejou. […]

Maria Delores sacudiu a terra da roupa e lá seguiu a sua viagem, porque nesse dia tinha combinado ir com uma filha a Viana do Castelo "tratar de assuntos importantes". […]

"Nesse dia, por acaso, até dormi muito bem. No outro a seguir é que o meu coração começou a bater com muita força, mas meti um comprimido debaixo da língua e passou logo", conta Maria Delores. […] "Às vezes, baixo-me para ver a altura [que vai da parte de baixo do comboio até à linha]. E olhe que, às vezes, até me arrepio." by Vítor Costa Pereira – a.lusa

*será que há uma tia dolores em todo nós?




claire daly :: fostina Dixon :: Sylvia Cuenca :: jane ira bloom :: terry lyne Carrington :: gypsy cooper

sensualidade jazzistica


Uma das formas de se observar o papel das mulheres no jazz, será observar quais foram as mulheres que gravaram grandes discos e quais são as mencionadas nos livros de história do jazz. Estas mulheres são geralmente vocalistas, como Ella Fitzgerald e Billie Holiday, e também, mas mais raramente, pianistas, como Mary Lou williams. Mais esquecidas ficam todas as outras mulheres, que tocam instrumentos associados ao género masculino.

É norma não nos recordarmos de mulheres saxofonistas, como Margaret Backstrom e Vi Burnside que sempre brilharam em jam sessions. Mulheres que vivem a musica e amam este estilo – jazz.

Apesar de parecer estranho numa época onde existem tantas intérpretes de saxofone, bateria e contrabaixo fabulosas, o público continua a suspeitar quanto à prestação destas no campo instrumental, principalmente em jazz e rock.

Em alguns lugares, ainda é normal presenciarem-se comentários de espanto e estranheza associados ao virtuosismo de muitas mulheres “du jazz”. Ou seja, apesar de haver excelente qualidade feminina no jazz, ainda é estranho assimilar que existem mulheres que tocam instrumentos, geralmente associados ao género masculino, e que o fazem de forma igualmente soberba.

Neste caso e como na maioria dos casos que conheço, o desconhecimento, a falta de visibilidade e a “ignorância” são os principais auxiliares para a manutenção deste pensamento. Tanto por parte do público geral, como por parte de potenciais músicos femininos, que não conseguem idealizar essa realidade.

A única solução é continuar a dar espaço para se viver a música – todos os géneros de música e todos os instrumentos. Longe vai o tempo onde o género feminino só preenchia o lugar de vocalista, pianista, violinista e violoncelista. Hoje pode ver-se sensualidade e feminilidade na bateria, saxofone, trombone, vibrafone, baixo e guitarra.

GO!