fiel jardineiro
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já a pensar que não conseguiria apanhar este filme em exibição, ontem consegui ir ver a película, baseada na obra de John Le Carré.
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do pó e do calor sufocante das savanas desérticas de nairobi, existem flores que persistem em não morrer
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não sendo somente um retrato de amores, o filme é dos poucos em que se mostra este sentimento completamente a nu. Um jardim cheio de ervas daninhas. Segredos . mentiras. Desconfianças. O amor visto em detalhes do dia-a-dia, sem sonhos utópicos, feito de pequenas alegrias de intimidade e de rotinas. Duas pessoas com visões diferentes que por entre cansaços e desilusões encontram o espaço para se encontrarem um no outro – em pés descalços e uma barriga que parece o mundo. A beleza dum sentimento captado nas coisas que passam por nós e que por vezes não damos conta ou valor. No meio de tantos sentimentos, o medo da infidelidade faz crescer no jardineiro, a força para se ser fiel. fiel a alguém que é tão ele que é a sua própria casa. onde me sinto protegido.
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desse pó de áfrica sai a sua história, a sua polémica e a provável razão de não estar nomeado para oscar de melhor filme estrangeiro[apesar de 4 nomeações noutras categorias] – uma forte realidade social é revelada.
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o trabalho de realização de meirelles
fotografias saturadas. hand cameras e imagens pouco tratadas . sujas criam este ambiente cru e orgânico. confrontam-nos de forma fria, directa e sofrida para um mundo onde mais uma pessoa a morrer é mais uma pessoa sem fome. Uma realidade registada demasiado cortante para deixar alguém conscientemente passivo.
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não gosto de saber muito dos filmes que vou ver, e ontem não sabia nada de nada do filme, nem sequer o nome dos actores. vejam o filme . o que se escreve não permite retratar o verdadeiro valor do filme . ainda está em exibição em algumas salas [monumental e no castello lopes de sintra]