Thursday, January 19, 2006

raven . allan poe . 197 anos



















A treva enorme fitando, fiquei perdido receando,
Dúbio e tais sonhos sonhando que os ninguém sonhou iguais.
Mas a noite era infinita, a paz profunda e maldita,
E a única palavra dita foi um nome cheio de ais —
Eu o disse, o nome dela, e o eco disse aos meus ais.
Isto só e nada mais.

Para dentro estão volvendo, toda a alma em mim ardendo,
Não tardou que ouvisse novo som batendo mais e mais.
«Por certo», disse eu, «aquela bulha é na minha janela.
Vamos ver o que está nela, e o que são estes sinais.»
Meu coração se distraía pesquisando estes sinais.
É o vento, e nada mais.

Abri então a vidraça, e eis que, com muita negaça,
Entrou grave e nobre um corvo dos bons tempos ancestrais
Não fez nenhum cumprimento, não parou nem um momento,
Mas com ar solene e lento pousou sobre meus umbrais,
Num alvo busto de Atena que há por sobre meus umbrais.
Foi, pousou, e nada mais.

excerto corvo de allen poe : tradução de fernando pessoa : 19 de janeiro de 1849

1 Comments:

Blogger maria salpico * said...

amigo...
até m soou bem excerto, mas devo confessar q n gosto mto de Edgar Allan Poe... Cheira-m sempre ao livro que estudei na escola "The Black Cat an other Horror Stories"... MEDOOOOO...

7:30 PM, January 19, 2006  

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